Um pouco sobre o livro novo


Há 2 anos estive escrevendo um livro sobre uma sereia que tem de assumir o trono como rainha após uma catástrofe ocorrer no reino. O retorno do monstro que costumava assombrar os sete mares deixa um rastro de destruição e morte por onde passa. A sereia então se vê na obrigação de  derrotar o monstro para proteger o que restou do legado de seus pais (o rei e a rainha): os súditos e o reino.

Acontece que mesmo tendo as melhores das intenções - e querendo assumir sua posição por direito, afinal é a herdeira legítima do trono, - a população não recebe bem a nova realidade, pois vivem em uma sociedade patriarcal. Consideram um absurdo sem precedentes uma sereia governar um reino. Por lei é exigido que ela se case para assumir o título real. Contrariada e voluntariosa, ela não cede nem recua. Enfrenta a todos. Do monstro aos cidadãos do reino que deveriam apoiar a nova rainha em uma situação de risco como aquela, a sereia reúne toda a força oculta que existe dentro dela e parte para a aventura.

Em uma jornada solitária e cheia de dúvidas a sereia descobre muito a respeito de si mesma e também da fundação do reino que tanto quer proteger.

No outro núcleo da história temos uma octopus (mulher polvo) que por ser de uma espécie diferente dos sereianos (tritões e sereias) é marginalizada e se torna vítima das circunstâncias; tem seus sonhos arrancados da forma mais cruel possível, o que a faz ser amarga, ressentida e sedenta por vingança.

O encontro das duas (da sereia e da octopus) é um dedo na ferida nunca cicatrizada, confrontando suas diferenças conseguem fazer as pazes com o passado e seguir adiante.

A Rainha dos 7 Mares é uma história sobre redenção, perdão, autoconhecimento e autoconfiança. É sobre empoderamento feminino, sexismo e racismo. Todos assuntos tão polêmicos e em alta no momento retratados de maneira lúdica através do mundo de fantasia que se passa no fundo do mar (mas que reproduz muito do que vivemos na nossa própria sociedade).

Foi um livro difícil de escrever. Como artista tive vários bloqueios criativos (por motivos diversos); como mulher percebi que não quero mais aceitar o papel de vítima, quero ser poderosa, rainha da minha vida; como pessoa tive medo de expor tanto em uma história tão fantasiosa e não perceberem seu valor (aquela velha coisa "fantasia não é história de verdade..." mas isso é assunto para outro post), tive medo que me criticassem (sempre tem alguém, eu sei), então, o que quero dizer com este parágrafo é que tiveram várias "bianquinhas" conversando, se desentendendo, estudando, aprendendo, se encorajando mesmo morrendo de medo.

Eu acredito que esta é uma história poderosa. Sinto-me orgulhosa de ter conseguido terminá-la após tanto tempo. Você pode comprar o livro no meu site.

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